terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Do Tempo I: paisagismo

Caminho por ruas sutis.
Cinzaclaro distante.
Absorto em você.
Posso mergulhar em tua cor
tanto quanto é minha cor.
Logo, me limitas.
Meu é teu círculo.
Meus são teus olhos.
Logo, me amplias.
Dá-me tua língua
e dou-te um sentido.
Lapido. Teço. Moldo tua natureza em mim.
Mostra-me quilíceras
e dou-te mortalidade.

Comigo serás
até que eu não te seja mais.



A natureza íntima da subjetividade é o Tempo. Dele ramificam-se os outros aspectos. A sucessão de imagens conectadas umas às outras no Tempo nos dá a idéia de espaço. A sucessão de fatos no espaço nos leva à causalidade. Mas o círculo do Tempo é limitado. Eventualmente nos veremos fora dele.

A superfície do Tempo é rugosa, passível de topografias.

...uma planície matinal, uma praia vespertina, uma falésia noturna...