sábado, 6 de setembro de 2008

Embasado em pano de fundo falso

Quando nos defrontamos com desavenças internas, nos nosso atos-pensamentos-sentimentos que podem se se apresentar como desavenças externas estamos nos defrontando com nossa percepção do mundo.
O que importa é como lidamos com as desavenças e com as avenças.
Como naufrago que iça velas de vento na miragem, o pano de fundo da paranóia só tem uma escapatória. O surto explosivo implosivo e destrutivo de si e das relações.
Destruir a si mesmo nessas horas é melhor do que destruir os outros.
Delírios e desavenças todos têm. O lance de dados da sorte, do destino e da escolha, não pode ficar ao léu da fortuna do descontrole de si mesmo.
O fato é que deturpações sentimentais estão presentes, e elas nos causam aflições medos temores tremores e insanidades de negatividade no corpo e na alma. Elas estam na verdade nas raízes do que é ser humano, com toda sua capacidade de ter o escuro dos olhos de dentro em si mesmo.

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Embasado em pano de fundo falso
O negro da nóia de si mesmo
na percepção falha
da mentira da intuição range
os dentes e os olhos cerrados no escuro

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A percepção de si e dos outros, portanto têm duas facetas, a sagaz, perspicaz e a falsa, incerta. Pelo fato de jogarem com as incertezas humanas e a propriedade da escolha, as possibilidades infinitas, temes-se pelo engano e o erro das ações.
O fato é que a circunferência de qualidades e defeitos, com seu hemisfério voltado para cima em qualidades e para baixo em defeitos tem seus pólos opostos e relacionados entre si, há as características do todo humano, e cada um tem o seu próprio, sendo que em seu centro está a humanidade completa.
No hemisfério inferior, o que estamos tratando aqui, há as relações ponto a ponto como se um defeito desse suporte ao outro, ou se equilibrasse no outro, ou pendesse ao outro.
Assim aparecem todas as características inferiores, que Jung chamou de sombra.
As relações do hemisfério inferior com o superior é de suplantação, compensação e cooperação ou conflito.

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Embasado em pano de fundo falso, afundado nas trevas inferiores da existência, quando a resistência cessa, acaba-se a paciência, implo-se-explode e se reverbera a cadência do desastre da veemência de si mesmo.

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De muitos jeitos se tentou explicar esse pano de fundo falso oco repetitivo chato e terrível que todos temos por dentro, não é um fato religioso, não é um fato imaterial, não é um fato de uma bad trip psicodélica, é uma questão psíquica, existencial.
Acontece com todos, por mais que seja um engano, reverbera em todas as mentes por mais que saibamos de suas inutilidades, tenta tomar, domar, esconder a consciência num fato horrendo do futuro, do passado ou do presente.
Mas por encararmos dessa maneira e por temos tantas possibilidades na cabeça é que conseguimos superar estas fronteiras escuras da realidade interior e joga-las para longe de si. Com o brilhantismo interior na força de sua luz seus prisma e sua reflexão que liberta todas as maneiras deturpadas em translúcidas clamadas calmas de si mesmo.

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