sexta-feira, 20 de março de 2009

valeu Guattari

Três campos de discurso. Três pré-realidades postas para normatizar, equivaler, massificar. O Capital, que equipara o valor de todas as ações e coisas; o Significante, que limita a expressão ao compreensível regrado; e o Ser, que nos cega para as multiplicidades sutis de territórios não-demarcados.

Para Perizin InuYasha: pressupor a existência da coisa quando ninguém a vê, assumir que o espaço é anterior ontologicamente ao tempo, essa é a crença fundamental do materialismo.

3 comentários:

Peri Canto disse...

O espaço/tempo é uma construção humana. Os seres vivos do planeta de uma galáxia infinitamente distante existem, mesmo que Kant, Hegel e Guattari não o vejam. O materialismo está na atitude empiricista de só se acreditar vendo.

Peri Canto disse...

[Pergunta]O que existe? Qual é a diferença do que existe e o que não existe?[Rafael Fittipaldi em uma conversa numa noite obscura.]

[Resposta]O que existe não precisa ser demontrado enquanto tal. Quem quer saber sobre o que existe e sobre o que não existe, não tem intuição para SENTIR a diferença dessas duas condições. Continuo e repito: não é necessário que eu tenha que ver algo pra dizer que este algo existe... A intuição é uma função psicológica e isto foi mostrado/provado por Jung nos moldes dos métodos da ciência ocidental que nosso querido Rafael Fittipaldi tanto confia. Trabalho muito mais com a intuição do que com a ultrapassada razão alemã. Beijo Rafa! Quero um lugar na sua casa na Virada Cultural.[Perizin InuYasha respondendo em uma noite não menos obscura.]

semtex disse...

O objetivo da pergunta não era exatamente que ela fosse respondida. A idéia era pensar sobre essa divisão. Ou melhor, sobre o que é a existência. O que faz com que algo exista? Há uma passagem para a existência? Ou os sujeitos e objetos estão subsumidos numa existência desterritorializada e toda a diversidade do mundo vem da mudança de seus componentes? Qual a relação entre existir e estar inserido numa realidade temporal? Naquela noite essa pergunta foi importante devido às suas implicações éticas: vamos agir no mundo sabendo que a existência é limitada, que ela envolve uma coerência interna do ente que está existindo, um foco de auto-produção de si. Esse foco é frágil. Muitos outros focos lutam para se auto-produzir com os mesmos recursos. Um simples vírus é capaz de aniquilar a espécie.

Qual o limite ente intuição e desejo? Jung estava falando do inconsciente, é disso que você está falando também? Se você me conhecesse um pouco mais, caro Peri, saberia que é na Arte que insiro meu nariz. A racionalidade fria é exangue. Mas não cuspa no prato que come! Sem essa ultrapassada racionalidade não estaríamos escrevendo essas mensagens, nem você ouviria psytranceminimalsuomidarkchucrute!

Caminhado sou pelo caminho ao qual dou existência.

Sim. A noite se encontrará em mim, sem mim. Joyce