domingo, 10 de agosto de 2008

A Orientação Paradigmática e Liberdade

A Orientação Paradigmática e Liberdade

Qualquer ciência humana, conhecimento, sabedoria está inserido em uma orientação metódica para os fatos do vivido, ocorrências e sistemas de entendimento para a direção que se dá ao olhar, e como pode-se alterar a realidade a partir destas orientações. A orientação paradigmática se dá em muitos níveis desde as sabedorias populares até os métodos científicos. As culturas nada mais são que orientações para os sistemas de vida (o como fazer e como ser), nasce-se e permeado pelos modus vivendi já se integra a eles. As religiões nada mais são que culturas de modus operandi extrafisicos, como se deve agir e reagir perante situações para estar de acordo com o “mundo além do mundo”. Nada mais obvio dizer que as sociedades são a mistura dos dois.
Na ciência aceita a palavra paradigma como um termo técnico para designar o sistema que vigora no campo de estudos. Com Kuhn vemos a descrição de movimentos científicos, paradigmáticos, sua ascenção, sua manutenção e sua queda, para ir a outro sistema paradigmático, claro que a ciência vê sua ótica de desenvolvimento como paradigmática. A orientação que deve seguir deve ser estruturada em pilares. E os paradigmas como qualquer bom sistema é baseados em axiomas, unidades funcionais (tirando o termo do paradigma empregado por Redcliffe-Brown) e relações entre entidades. Voltando ao termo revolução utilizado por Kuhn, Marx dizia que a única verdadeira revolução seria a do ploretariado, pois quebraria com toda a estrutura vigente. Bem nas ciências não deve ser tão diferente. Deve-se revolucionar qualquer
relação plana. Entendamos o que digo por plana: quando o modernismo nos proporciona uma imagem como na qual estamos lidando com dois planos, o real e o imaginário (e ilusões de ótica). Nas relações de Kuhn há apenas o real, que suporta sobreposições de paradigmas, mas mantém o alicerce científico em Marx há o imaginário da revolução, que rompe com todo o paradigma linear,assim como o é proposto por Kuhn, como se a imagem que forma na mente, passa para o real (sobreposição de paradigmas) e assim sucessivamente, então não há uma revolução real ou verdadeira, na ciência no sentido de Marx, que quebra com toda ordem pré-estabelecida. Sabemos que isso é uma mentira.
Nas artes já vemos a orientação paradigmática em liberdade, com o surrealismo, que acopla realidades (paradigmas) distintas com mistura de técnicas e texturas, como na obra o sonho de Dali e com dadaísmo, com lógicas não lineares que nos atingem nas épocas de Gu Gu dá dá. Essa idéias quebram com o sistema do ponto de lógica binária do plano cartesiano, as maquinas operam por cartesianismo, não os homens, já foi feito um computador de lógica quântica que opera de forma diferente... assim chegamos a física moderna.
A aceitação de infinitas possibilidades e da estabilidade instável da matéria nos sugerem que devemos entender as infinitas possibilidades e a alterações do espaço e do tempo em função da velocidade relativa entre os referenciais. Ou seja a noção de que o tempo passa mais rápido para um idoso, e certos momentos de tão especiais passam velozmente por nos.....velocidade relativa do referencial.
Não adianta apenas entender o paradigma moderno e seu constructo ao logo do tempo, sua implosão com a física quântica, que acaba com lógicas lineares e mono causais dialéticas que levam o próprio sistema por espirais do tempo ao infinito. Temos que revolucionar a ciência como a idéia do campo livre, que despreza a polarização (ciência atual, cartesianismo e dialética) e a presença de fontes, que pôde-se ver na arte surrealista do filme Cidade dos Sonhos que coloca lógicas do tempo cíclico, do sonho e da realidade unidirecional em um mesmo campo de análise.
A física quântica vai a esses espaços não conhecidos, a sociologia e filosofia ainda não se aventuram.... resta saber até quando precisaram de um pé no campo fixo..... para implodirem e irem ao campo livre.

2 comentários:

leo disse...

Gostei Theo. Vamos nessa de dicussão e ação.

Campo Livre.
Fale um pouco mais sobre o plano, sobre essa orientação PLANIFICADA.

Creio termos que mirar no procedimento da ciência de descrever (seja pela matématica, seja pela palavra) e induzir - classificando e alcançando resultados.

Esse conhecimento que se apropria das coisas e transforma-as.

Que saber é esse do surrealismo, da física quântica - quais seus procedimentos? o que propõe?

Peri Canto disse...

Se as ciências humanas não seguem o paradigma quântico, elas se mostram ultrapassadas. O conhecimento sobre o vivido terá que incoporar as lógicas invisíveis. A psicologia analítica de Jung, aliou-se aos conhecimentos da física quântica ao estudar as relações aparentemente acausais, coincidências significativas, coisas que nos assustam pelo grau e intensidade das coincidências ocorridas, a saber, a sincronicidade. Mas nesse mundo, Freud é muito mais valorizado num afã pelo corpo, pelo material e a sexualidade. Somente quando a ciência não estiver sendo patrocinada pelo o que chamamos de progresso é que ela terá um caminho harmônico. E para isso, não só a ciência como a elaboração de todo tipo de saberes deverá buscar, ao meu ver, o contrário do que se tem buscado até então. Paradigams vêem, paradigmas vão, a ciência evolui e a vida humana se torna cada vez mais angustiante. Viver em uma grande cidade, onde a ciência aplicada está alastrada é deteriorante para o ser humano em termos mentais, quiçá espirituais.
Somente a harmonia interessa e ela tem sido deixada de lado. Precisa-se de resposabilidade para fazer ciência. Temo que o ser humano não tenha essa tal responsabilidade. O resultado disto é a vida que vivemos.